Decretada situação de emergência em Arroio do Tigre

A falta de chuvas vem causando dificuldades no Rio Grande do Sul nos últimos meses. O verão está sendo marcado pelo fenômeno La Niña, que resulta em pouca chuva e temperaturas muito acima da média. Na manhã desta terça-feira, 04 de janeiro, foi publicado o Decreto Municipal nº 3.359/22 que declara situação de emergência no município de ARROIO DO TIGRE devido à estiagem.

De acordo com o Prefeito Municipal, Marciano Ravanello, o decreto de emergência possibilita ao município solicitar apoio do governo do Estado no atendimento às famílias atingidas da zona rural: “Buscamos realizar um decreto em que todos os impactos negativos devido à estiagem estivessem representados através de dados e levantamentos oficiais, além do prejuízo na agricultura precisamos prever como a estiagem impactou as famílias em níveis de saúde e de forma social, além de mensurar as ações do poder executivo para amenizar a falta de água.” Enfatizou.

Através do decreto publicado pela administração municipal, em consonância com as políticas de incentivo agrícolas do Ministério do desenvolvimento Agrário que desenvolve diversos programas para auxiliar a população atingida por situações emergenciais, como por exemplo, a renegociação de dívidas do PRONAF e PROAGRO, que garante a exoneração de obrigações financeiras relativas à operação de credito rural de custeio, cuja liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais.

A administração vem monitorando a situação desde o início de dezembro e esperou a virada do ano para emitir a situação de emergência para ter dados mais concretos das perdas em culturas. Além disso, a preocupação não é somente com as lavouras, mas também com a água potável, que vem diminuindo a quantidade pela falta de chuva. As perdas somente com o fumo devem girar em torno de R$ 26 milhões. O milho, a cultura que mais sofreu com a estiagem, já tem prejuízo estimado em R$ 10 milhões, milho silagem em aproximadamente R$ 8 milhões. O feijão também já apresenta 62% de quebra em rendimento.

A soja, até dezembro, apresentava perda de 30%. Outro setor que deve ter grande quebra é a bovinocultura de leite. As pastagens para alimentação do gado também sofrem com a seca e, consequentemente, a produção leiteira deve diminuir consideravelmente e a produção de subsistência.

Dessa forma, segundo o levantamento de perdas da produção agrícola o total de percas financeiras chegam aos R$ 80 milhões até o momento em Arroio do Tigre.Além da administração municipal estiveram presentes na reunião membros do COMDEPA, da coordenadoria municipal de DEFESA CIVIL e entidades ligadas à agricultura, que puderam apreciar os dados apresentados e relatar situações vivenciadas frente a estiagem.

Segundo o prefeito, Marciano Ravanello, todas as medidas possíveis dentro da capacidade da administração municipal estão sendo realizadas: “mobilizamos algumas patrulhas agrícolas para que nos auxiliem quanto ao abastecimento de água para animais. A estiagem afeta direta e indiretamente todos nós, é fundamental a conscientização quanto ao uso racional da água neste momento.” Finalizou.